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Foto do escritorPaulo Panayotis

A vida está voltando: turismo comemora retomada!

Por Paulo Panayotis


Águas de Lindóia, São Paulo/SP - Um estado de otimismo no ar. Mais que isso, números que levam a crer na consolidação da retomada do setor de turismo no interior do estado de São Paulo. Até por isso, o tema da 43a AVIESP (26 e 27 outubro,) realizada no circuito das águas paulista, em Águas de Lindóia, é Reencontro. Não só por conta das 156 marcas que participaram do evento, mas porque tudo foi feito em prazo recorde: Organizamos tudo em 40 dias, por amor a arte, afirma Juliana Assumpção, organizadora do primeiro grande encontro de players do setor no interior de São Paulo no pós-pandemia. Eu sou suspeita para falar, mas creio que está sendo um grande sucesso, completa ela.

Praça central de Águas de Lindóia, a 160 quilômetros de São Paulo

Algoritmos, tabelas de métrica, consultas e mais consultas, fechamentos, tudo indica que a retomada veio para valer. " Sentimos a retomada, ainda tímida, em julho deste ano. Agora, em setembro, as consultas cresceram mais de 90% e os fechamentos de pacotes de viagem mais de 30%”, afirma exultante Newton Ferreira, da Newmon Travel e Conventions, no mercado há mais de 35 anos. Juntamente com outras 156 marcas distribuídas em 96 estandes, Ernani Assis participa do evento com pés no presente, mas olhos - e investimentos - no futuro próximo. "Somos os primeiros a ajudar o mercado de turismo a abrir contas em dólar nos Estados Unidos, afirma o Diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da NOMAD, uma espécie de fintech que aposta em um novo modelo de negócios que, segundo ele, já está em acelerado processo de implantação por aqui. " Estamos há menos de um ano no mercado e já temos mais de cem mil clientes que abriram contas em dólar se gastar um tostão, online e em poucos minutos. Nosso investimento já passou dos vinte milhões de dólares aqui no Brasil”, completa o orgulhoso e esperançoso executivo.

Queremos "bancarizar" o brasileiro em dólar. Ernani Assis, da NOMAD

Esperança compartilhada por Marcos Lucas, presidente da AVIESP: " O turismo no Brasil foi o primeiro setor que parou e, possivelmente, o último a retomar plenamente as atividades. O governo disponibilizou uma linha de crédito de 500 bilhões de reais para ajudar o setor, mas a burocracia praticamente inviabilizou processo, afirma Marcos. Resultado, pouco mais de 700 milhões de reais chegaram na ponta, na conta de quem precisava muito para não fechar as portas, completa o executivo. Sem dinheiro em caixa e sem clientes, muitas empresas agonizaram e acabaram fechando as portas no meio da pandemia.

Marcos Lucas, presidente da AVIESP e Fernando Santos, Presidente da ABAV SP

Não foi o caso da CS Global, uma das maiores transportadoras de clientes viajantes dentro e fora do Brasil. " A pandemia nos pedou capitalizados, sem dívidas, com caixa para aguentar os longos meses sem clientes, lembra Robson Maciel, CCO e Diretor Comercial da empresa. Desta forma, completa ele, não demitimos nenhum funcionário neste período e agora mesmo estamos investindo mais de dois milhões de reais na compra de oito novos veículos de luxo para o transporte executivo e de lazer no Brasil. Afinal, a pandemia está praticamente no fim e é hora de voltar a ganhar dinheiro, conclui Robson.

Mais que movimento, muitos pedidos e negócios fechados na 43a AVIESP

"Estamos otimistas, porém precavidos. Sabemos que há uma forte demanda reprimida por conta de todo esse tempo sem viajar", alerta Victor Van Oorschot, CEO da Best Buy Hotel. Então o que estamos fazendo é entender como o mercado mudou ao longo desta pandemia e de que forma podemos ajudar os parceiros oferecendo novas tecnologias com baixos custos e lucros maiores, afirma Victor, que conclui: “mesmo assim, nossa expectativa é de que agora que os fortes sobreviveram, nosso faturamento deverá voltar a ser o que era em pouco tempo, possivelmente já em março do ano que vem”.


De fato, mais que expectativas, a 43 AVIESP EXPO mostra que o pior já passou e que, se isso serve de consolo, o setor de turismo se depurou, se tornou mais profissional. Os próximos meses e anos mostrarão se de fato esse novo posicionamento será mantido. Até porque o Brasil precisa e o viajante merece.

Jornalista Paulo Panayotis durante coletiva de Imprensa na 43a AVIESP EXPO

Fotos: Paulo Panayotis / Adriana Reis - © O Que Vi Pelo Mundo



Paulo Panayotis é jornalista especialista em turismo, mergulhador e fundador do Portal OQVPM - O Que Vi Pelo Mundo. Tem passaporte carimbado em mais de 50 países e viaja com patrocínio e apoio Avis, Travel Ace e Alitalia.

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