Por Paulo Lázaro
Linfomas são um grupo de neoplasias originadas no sistema linfoide, local do nosso organismo onde habitam as células imunológicas, que são responsáveis pela defesa do corpo a agentes externos, como infecções. O sistema linfoide é representado principalmente pelos linfonodos, os gânglios ou ínguas, mas, eventualmente, os linfomas também podem infiltrar outros órgãos ou na medula óssea.
No linfoma são mais de 60 diferentes tipos de câncer. De forma simples e muito resumida, pode-se dizer que se dividem em linfomas de Hodgkin (LH) e linfomas não Hodgkin (LNH).
A Organização Mundial da Saúde instituiu a campanha “Agosto Verde Claro” para alertar a população sobre os perigos do diagnóstico tardio e a consequente piora da condição médica, ainda mais em tempos de pandemia. Ou seja, quanto antes procurar o atendimento médico, melhor as chances de cura com o diagnóstico precoce.
Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), por razões ainda desconhecidas, os casos de Linfomas Não Hodgkin duplicaram nos últimos 25 anos, principalmente entre as pessoas com mais de 60 anos, atualmente correspondem a cerca de 80% dos casos, sendo o tipo mais comum da doença. Já o Linfoma de Hodgkin corresponde aproximadamente 20% dos casos e pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em jovens na faixa etária dos 25 a 30 anos.
Ainda não se sabe o motivo pelo qual o linfoma se desenvolve. Acredita-se que a doença acontece quando alguma célula que do sistema linfático se transforma em célula maligna, crescendo de forma descontrolada e perdendo a sua capacidade de proteger o organismo. O aumento do risco de linfoma está relacionado com situações que comprometem o sistema imunológico, sendo em função de medicações, como imunossupressores ou alguma doença, como HIV. Entre as infecções virais, o vírus Epstein bar (EBV) tem relação com a doença. Exposição a substâncias químicas como agrotóxicos, benzenos, solventes, radiação ionizante também são considerados fatores de risco, principalmente para os linfomas não Hodgkin.
Preste atenção aos sinais e sintomas
Aumento indolor de algum gânglio linfático, o surgimento de alguma íngua (tipo de caroço) no pescoço, nas axilas ou nas virilhas. Febre, suor noturno, emagrecimento sem causa aparente ou aumento do volume do baço, podendo ser sentido como desconforto na barriga ou sintomas de estufamento ou aumento de volume abdominal. No Linfoma de Hodgkin coceira sem motivo aparente também pode ser um alerta. E ao qualquer sintoma mencionado, procure um médico. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura.
Paulo Lázaro é médico, graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com doutorado na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Radioterapia e Neuro-oncologia. Idealizador do site Radioterapia Legal https://radioterapialegal.com.br
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