Por Roberto Maia
Abel Ferreira, o treinador do Palmeiras, mais uma vez encontrou-se no centro de uma controvérsia ao expressar sua insatisfação com a escolha do local de alguns jogos da sua equipe como mandante. A Arena Barueri, na Grande São Paulo, mais uma vez foi o foco de sua frustração, em detrimento do Allianz Parque, a casa tradicional do Verdão. Após a derrota para o Athletico-PR no último domingo, ele foi questionado – na verdade provocado - sobre a recorrência de partidas sendo disputadas no local. E sua resposta foi clara: "Se não jogarmos no Allianz Parque, não nos cobrem para sermos campeões."
Esta não é a primeira vez que o treinador português expressa sua insatisfação com a escolha do estádio para jogos do Palmeiras, sempre que o Allianz Parque não está disponível. Tal como faz com frequentemente ao criticar a arbitragem quando os resultados não são favoráveis para sua equipe. Penso que ele faz isso propositalmente para tirar o foco do resultado e dos seus jogadores.
Entretanto, é importante considerar que as decisões sobre os locais de jogo não estão exclusivamente nas mãos do treinador. Como funcionário do clube, Abel Ferreira deve respeitar as decisões da presidente do clube, Leila Pereira. Afinal, o Palmeiras não opta por jogar longe de sua arena por vontade própria. Tal situação é uma necessidade imposta pelos termos do contrato com a WTorre, a construtora oficialmente proprietária do estádio do Palmeiras até novembro de 1944.
Assim, o Verdão se vê forçado a procurar alternativas para sediar seus jogos quando o Allianz Parque não está disponível. Neste mês, a equipe retornará à Arena Barueri durante o período em que Andrea Bocelli se apresentará no Allianz Parque.
Para mitigar os desafios logísticos de encontrar locais adequados para cada partida fora de casa, a empresa de Leila Pereira optou por arrendar a Arena Barueri. Mas, tal como Abel Ferreira, a torcida palmeirense também não gosta de ir aos jogos em Barueri. Tanto que a média de público nos jogos do Verdão por lá é de apenas 16 mil pessoas. Menos da metade da média do Allianz Parque que foi superior a 36 mil torcedores em 2023. No jogo contra o Athletico-PR, por exemplo, apenas 12.108 torcedores estiveram presentes.
No entanto, o problema persiste, e o Palmeiras continuará a mandar jogos na Arena Barueri este ano, seja no Brasileirão, Copa do Brasil ou Libertadores.
Atualmente arrendada para a Crefipar Participações e Empreendimentos, empresa da presidente do Palmeiras Leila Pereira, a Arena Barueri pertence à Prefeitura Municipal de Barueri e já serviu como casa para outros clubes, como Oeste Barueri e Grêmio Barueri, além do Corinthians e outros clubes de São Paulo.
Inaugurada em 1996, como Estádio Dr. Orlando Batista Novelli, a Arena Barueri chegou a ser cogitada para ser uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Apesar de sua infraestrutura adequada, A Arena Barueri não está agradando a torcida, a equipe e o treinador Abel Ferreira. A preferência pelo Allianz Parque é evidente, o que pede uma solução a longo prazo para essa questão complexa.
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros.
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