Por Paulo Panayotis
Bath, Somerset/ Inglaterra - UK. No auge do império Romano existiam, só em Roma, quase mil complexos de banhos com águas termais. Mas pouca gente sabe que os Romanos levaram este hábito por onde quer que o império se expandisse. Quando se entra nas termas da cidade de Bath, a impressão é que você passa por uma porta no tempo e volta ao império Romano.
É possível imaginar políticos e homens de negócios se encontrando aqui para conspirar contra o império, se divertir ou simplesmente se banhar. Antes dos Romanos, os Celtas já conheciam o poder das águas termais desta cidade, que é hoje considerada Patrimônio Mundial da Humanidade. Muitas lendas de cura pelas águas de Bath (banho em inglês), atraíram gente de todos os cantos do mundo. Hoje, milhares de turistas continuam chegando de todos os lados para conhecer “Aquae Sulis” o antigo nome do local dedicado à deusa celta Sulis. Naquela época, Sulis era a deusa que curava as pragas. Hoje, ela gera renda e emprego para milhares de pessoas.
Reserve ao menos meio dia para visitar o complexo composto de três áreas distintas, cada uma destinada a um tipo de banho. Os banhos quentes eram chamados de Caldariums, os mornos de Tepirariums e os frios de Frigidariums. Redescobertas no século XVIII, foram restauradas e abertas ao público em 1897. Mas foi em 2004 que um novo SPA de alto luxo (Thermae Spa) foi aberto, popularizando definitivamente o lugar em toda a Europa.
O segredo deste lugar é a água quente que jorra das profundezas da terra há milhares de anos. Celtas, Romanos e, posteriormente, os Bretões, sempre se aproveitaram desta dádiva da natureza. Não é à toa que o complexo recebe mais de um milhão de turistas por ano. Todos querem ver a Fonte Sagrada de onde jorra água quente a uma temperatura de 46 graus! Hoje, as águas são impróprias para banho, mas a visita às termas de Bath é altamente impactante, principalmente por estarem em território britânico e, apesar disto, manterem praticamente inalterada sua forma estética.
Áudioguias ajudam a entender detalhes de todo o complexo que abriga um museu, a grande terma, esculturas romanas, etc. Mas não é somente das termas que vive esta cidade tombada pela Unesco desde 1987. Não deixe de visitar a Abadia de Bath, bem ao lado das termas, especialmente se estiver chovendo. Se tiver pique, suba os 212 degraus que levam à torre e a uma das melhores vistas da cidade. Dali, siga para a Pulteney bridge, ou Ponte de Pulteney. Sim, isso mesmo! Se você já foi a Florença, na Itália, vai se lembrar imediatamente da Ponte Vechio. Um cartão postal!
Outras boas dicas são conhecer o Parque Victoria, e quem sabe fazer um pic nic - se o tempo ajudar - ou ainda a Victoria Art Gallery e o Centro Jane Austen de Cultura se os deuses insistirem em mandar água do céu! A galeria de Art Victoria é um museu dedicado ao Jubileu de Diamante da Rainha Victoria ( com entrada gratuita para o acervo permanente) e o Centro cultural Jane Austen (1775/1817) é dedicado à sua mais ilustre moradora: a escritora inglesa que notabilizou-se pelas obras ousadas para seu tempo como “Orgulho e Preconceito” e Razão e Sensibilidade”. Vale a pena para entender, por meio da vida dela, como era “duro” viver naquela época. Pode ter certeza que esta é uma Inglaterra bem diferente dos castelos e ruas de Londres! Vá e tome um “banho” de cultura!
Fotos: Paulo Panayotis/Adriana Reis
Jornalista Paulo Panayotis viajou a convite do Visit Britain.
Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de Tv, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis e Universal Assistance (ppanayotis@oquevipelomundo.com.br)
Comentários