Formado por quatro torres com catorze andares cada um, o espaço localizado no Itaim optou por estimular a circulação de pessoas
Com 15.000 metros quadrados, maior que o terreno do Conjunto Nacional, na Paulista, uma praça projetada por Burle Marx, composta por 76 espécies de planta e diversos mosaicos se escondia atrás de muros altos, catracas e guaritas variadas. Em um movimento que contrasta com retrocessos reinantes em tantas áreas, o Condomínio São Luiz derrubou muros, retirou catracas e está transformando antigas recepções em negócios que deixarão o complexo mais convidativo para uso social.
Com 5.400 funcionários em tempos normais (menos de 1.500 diários durante a pandemia), o São Luiz é formado por quatro torres com catorze andares cada, em projeto desenvolvido por Marcello Fragelli entre 1976 e 1984.
A abertura para a cidade segue os empreendimentos modernos de cidades como Nova Iorque a Pequim e oferecem mais segurança, uma vez que espaços com mais gente circulando nos mais diversos horários são menos perigosos que calçadas escuras e que esvaziam às 18h.
Com a reforma sendo realizada pelo estúdio de arquitetura da Perkins & Will, foram adicionados mais acessos para pedestres, melhorando a qualidade da infraestrutura e permitindo aos mesmos o contato direto com o restaurante e o bar ali presentes, uma nova recepção que apresenta uma caixa de frames metálicos e divisórias de vidro transparente, ato que ajudou a integrar a área ao restante do espaço térreo, além de preservarem o piso do jardim que é feito de pedras portuguesas.
O próprio escritório de Burle Marx foi convidado a participar desta renovação, onde incluiu espécies de plantas da Mata Atlântica, o que ajudou a restaurar o projeto original da vegetação.
A recepção saiu da entrada para o saguão dos elevadores, deixando espaço para um futuro café na boca da rua e o estacionamento cedeu espaço para uma praça pública. O projeto ainda conta com um pergolado ondulado para a entrada e terraços verdes. O antigo teatro, fechado há anos, dará lugar, no fim deste mês, ao empório com hortifrútis Oba. O concreto aparente, o vermelho goiaba da fachada e mesmo o verde de Burle Marx transformaram o conjunto em uma relíquia do bairro.
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