Palcos Butantã e Pirajussara trouxeram atrações hora em hora, de maneira organizada
Após dois anos sem uma versão presencial, um dos principais eventos culturais paulistanos volta a irradiar-se pela cidade. Com o nome de Virada do Pertencimento, a edição de 2022 da Virada Cultural trouxe mais de 300 apresentações artísticas contemplando todas as modalidades e povos, entre elas, música, artes cênicas, dança e manifestações populares.
E nos dois palcos organizados na região do Butantã, o nome Pertencimento nunca fez tanto sentindo. Para começar, a lista de convidados era formada, em sua maioria, por bandas e cantores oriundos de outras cidades, e com estilos musicais distintos, deixando claro que por aqui cabe um pouco de tudo. Em comum, todos carregavam uma setlist pronto para fazer o público liberar toda energia represada ao longo desses dois anos de hiato, com um toque de crítica social.
Ao longo da avenida Eliseu de Almeida, altura do número 4156 (bem pertinho da recém inaugurada estão Vila Sônia do Metrô - Linha Amarela) foram organizados dois palcos: o Butantã e o Pirajussara, que receberam shows com intervalos de 1h entre eles. Entre os palcos, a organização montou uma ilha com pufes, cadeiras de praia e tablados para quem aguardava os show começaram ou só queria descansar. A distancia de um palco a outro era de apenas 3 minutos, o que permitia poder curtir todas as atrações.
No dia 28 de maio, a primeira banda a se apresentar, no palco Pirajussara, foi Mombojó (Recife), que toucou os clássicos do se álbum de estreia NadaDeNovo, de 2004 e que colocaram o público para dançar ao som de Cabidela, Duas Cores e a irônica Merda.
Na sequência, subia ao palco Butantã Chico César e Gerando Azevedo (Catolé da Rocha e Petrolina), com um show que contou com clássicos embalados Mama África, Dia Branco, À Primeira Vista, além da lindíssima Bicho de Sete Cabeças. Todas embaladas apenas pelo som do violão.
Por volta de 18h40, meninas do Mulamba (Curitiba), subiram ao palco Pirajussara para uma apresentação-performance-protesto. Embora tenham enfrentado algum problemas técnicos no começo, ainda assim, conseguiram entregar um show poderoso com a recém lançada Lascívia e as favoritas Vila Vintém e claro, Mulamba.
Arnaldo Antunes (São Paulo) subiu no palco Butantã, com a A Casa é Sua, em um analogia perfeita a ocupação naquele momento. Resgatou clássicos tanto da carreira solo quanto dos tempos de Titãs, como O Pulso, Aquela Mulher, Meu Coração, Socorro e Comida.
Salvador foi presentada por Vandal, que subiu ao palco Pirajussara e com seu rap entregou à plateia (literalmente!). Começou a apresentação com Bala ih Fogo e logo chamou Russo Passapusso (Feira de Santana) para o duo, que ao entoarem Duas Cidades, enlouqueceram a plateia.
Para encerrar a primeira noite, Cordel do Fogo Encantado (Arcoverde) trouxe toda sua força e lirismo com canções como Força Encantada ou Largou as Botas e Mergulhou no Céu, Antes dos mouros e, a sempre necessária, Chover.
Em tempo: o mestre de cerimônias foi ninguém menos, do que o querido China (Olinda), que, para quem não conhece é músico compositor, VJ e apresentador de televisão. Além disso, o palco Butantã contava com interprete de Libras para os shows!
Depois de dois anos com convívio restrito, a realização de uma Virada Cultural com essa temática e com um time de artistas tão representativo era mais do que necessário. Afinal, já diria Arnaldo, a gente não quer só comida... A gente quer comida, diversão e arte. Para qualquer parte.
No dia 29 de maio, os palcos do Butantã ainda reservam três boas surpresas. As 13h, a banda Fresno abre as festividades do palco Butantã. Às 15h é a vez de Céu. E às 17h, Pitty encerra a virada na região. Já no palco Pirajussara, às 12h tem Música para Criança? - Banda Mirim, às 14h é a vez de Patife Band e 16h, Far From Alaska.
Fotos: Lia Garcia / Bruna Ramos
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