Obra propõe uma curadoria de memórias para falar da Guerra de Canudos
O que cabe de uma guerra num espaço tão curto? Mais de 120 anos após a publicação de Os Sertões e de uma extensa fortuna crítica sobre o livro, uma série de documentos busca disputar os significados da Guerra de Canudos, posicionando o evento na centralidade da constituição de nossa atual república. Inspirados no trânsito entre literatura, história e ciência proposto pelo exercício euclidiano, o Coletivo Tresbeira caminha por uma curadoria de imagens e memórias, próprias do que foi Canudos, na tentativa de reconstruir um espaço saturado de artefatos que retiram esse ‘museu’ do esquecimento.
Este é o mote do espetáculo Inventário das coisas esquecidas, que faz uma recriação da narrativa da Guerra de Canudos, contextualizada em eventos atuais. Mais do que uma encenação das passagens do enredo do livro “Os Sertões”, no entanto, o grupo se empenha em uma reescrita que compreenda os modos operativos e formais da obra, buscando um comentário, via cena, de aberturas e abordagens possíveis deste evento que marca nossos processos históricos enquanto nação. Ainda, o trabalho do Coletivo não se debruça apenas neste extenso monumento literário, como adentra em parte de sua fortuna crítica.
Até 06/11, sexta e sábado às 20:00, domingo às 18h - sessão extra dia 04/11 às 15h com intérprete de libras
Local: Teatro Arthur Azevedo
Endereço: Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca
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