Catherine Deneuve retorna às telas brasileiras no papel de Bernadette Chirac, numa comédia ácida e divertida, livremente inspirada na vida da ex-primeira-dama da França
Com estreia marcada para 29 de agosto nos cinemas, a Imovision traz ao Brasil o filme francês “Bernadette”, com direção de Léa Domenach e inspirado na vida da personalidade icônica Bernadette Chirac, ex-primeira-dama de Jacques Chirac. O grande destaque do filme vai para a atriz Catherine Deneuve, que brilhantemente interpreta Chirac. Com direito a aparições fictícias de grandes figuras, como Karl Lagerfeld e Hillary Clinton, o filme traz uma visão bastante otimista e feminista de Bernadette Chirac.
Indicado aos prêmios de “Melhor Primeiro Filme” no César Awards, considerado o Oscar do Cinema Francês, o filme marca a estreia de Léa Domenach na direção de seu primeiro longa-metragem, que já possui um grande nome de peso como protagonista. A diretora tinha Catherine Deneuve em mente desde o início para interpretar Bernadette Chirac, mas ela abandonou essa ideia durante a escrita para se concentrar nos personagens. Alguns anos depois, uma vez que o roteiro estava pronto, ela teve a oportunidade de mostrá-lo a Catherine Deneuve, que inicialmente ficou surpresa com essa proposta por não se interessar em obras biográficas. Mas ela foi envolvida pelo roteiro, que a divertiu profundamente. Domenach lembra: "Nós nos encontramos e conversamos muito sobre o roteiro, minha visão do filme... e para minha grande felicidade, ela decidiu confiar em mim. Depois, fizemos muitas leituras antes das filmagens, e descobri que Catherine Deneuve tem uma concepção 'inteira' do cinema. Por exemplo, ela assistia todas as filmagens e falava comigo sobre elas, não apenas para ver seu próprio trabalho, mas para ter uma ideia geral do filme!"
A respeito da escolha narrativa em si, a diretora possui uma grande familiaridade com a história dos Chirac, pois seu pai, o jornalista político Nicolas Domenach, é especialista no ex-presidente. No entanto, sua esposa era muito menos familiar para ela e tinha uma imagem bastante negativa, até que ela descobriu o documentário 'Bernadette Chirac, memória de uma mulher livre', de Anne Barrère, que foi sua conselheira de comunicação. Léa lembra: "Fiquei surpresa com a sua liberdade de expressão, ela que tinha então 80 anos... Descobri que ela era engraçada e liberta, muito longe da ideia que eu tinha dela, e especialmente com uma trajetória que merecia ser contada."
Quando questionada sobre seu posicionamento e as motivações para a construção do filme, embora não seja da mesma geração nem do mesmo meio, e não compartilhe da mesma orientação política que Bernadette Chirac, Domenach viu em sua história uma certa universalidade. Para ela, a vida de Bernadette "se parece com a de muitas mulheres, que são tão educadas quanto seus maridos e acabam se retirando para dar-lhes espaço”. Por isso, ela decidiu adotar o ângulo da revanche para contar sua história: "Então eu pensei que sua história poderia realmente falar com todo mundo e se escolhi fazer dela uma ficção, além disso uma comédia, é para alcançar um público amplo. Eu também estava feliz em escrever um papel principal para uma mulher com mais de 50 anos, pois elas representam apenas 7% dos rostos que vemos no cinema."
A partir disso, a diretora optou por utilizar muitas imagens de arquivo, algumas das quais foram recriadas pelos próprios atores. Originado do documentário, ela queria confrontar-se com imagens reais e pensou muito sobre como integrá-las à narrativa. Para algumas delas, a equipe usou arquivos da INA da época e fabricou suas próprias com figurantes e atores, para que se encaixassem da melhor forma possível. Para outras, fundos verdes foram usados, como em Forrest Gump, para integrar os atores em arquivos reais. Foi assim que fez possível Catherine Deneuve encontrar Hillary Clinton em uma das cenas. Segundo Domenach, “foi fascinante e muito divertido fazer esse trabalho”.
Sinopse
No palácio Eliseu, Bernadette espera finalmente ser reconhecida após trabalhar durante anos à sombra do seu marido, para que ele se tornasse presidente. Esquecida e considerada antiquada, Bernadette decide se vingar, tornando-se uma figura pública famosa.
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