Por Roberto Maia
Com o avanço da vacinação e a diminuição dos casos de Covid-19, o Governo do Estado de São Paulo autorizou a volta dos grandes eventos. Com isso, os jogos de futebol voltam a ter a presença liberada dos torcedores nas arenas. No entanto, devem ser respeitados os protocolos de prevenção, como uso de máscaras e exigência de comprovação da imunização completa. Aqueles que tomaram apenas uma dose, precisam apresentar teste negativo para o coronavírus.
Para aproveitar a liberação, o Corinthians solicitou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a mudança da data do seu jogo contra a Chapecoense, válido pela 29ª rodada do Brasileirão, que estava inicialmente marcada para o dia 31 de outubro, para a noite do dia 1º de novembro. Como resultado da estratégia, conseguiu lotar a Neo Química Arena com pouco mais de 40 mil torcedores.
A Fiel Torcida estava saudosa para ver o Timão em campo e fez muita festa para o time. Afinal, o prenúncio era de vitória fácil contra o pior time do campeonato e virtualmente rebaixado. Só que não!
Com posse de bola superior a 75%, o jogo foi um ataque contra defesa, onde o goleiro Keiller da Chape fez pelo menos cinco grandes defesas. O tempo passava, o gol não vinha e a tensão dos torcedores aumentava. Nada com que a torcida corinthiana já não esteja acostumada.
A fé alvinegra continuou empurrando o time em busca do gol. O tempo regulamentar chegou ao fim e o árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva deu 6 minutos de acréscimo. O ataque do Timão continuou martelando e o gol não acontecia. Até que no minuto 51, o último do jogo, o ótimo goleiro do Verdão do Oeste resolveu fazer mais um pouquinho de cera e foi ao chão sem motivo aparente. Foi o seu pior erro no jogo. Como punição ao antijogo a arbitragem acresceu mais um minuto para a sequência do martírio corinthiano.
Os 60 segundos voaram e nada de gol. Um último escanteio quando faltavam apenas 5 segundos para o final do jogo era a última esperança. Em clima de final de campeonato, os 40 mil fieis presentes na arena e os milhões espalhados pelo Brasil emanaram energias positivas para os pés de Adson, que beijou a bola antes de cobrar o tiro de canto. O jovem atacante chutou na direção de onde estavam Gil e Jô dentro da área – os mais altos do time. Deu certo, o zagueiro de 1,92 metro de altura resvalou na bola que não foi em direção ao gol, mas encontrou Roger Guedes livre na área pequena, que teve tempo de dominar no peito e chutar de pé direito em direção à rede. Explosão da Fiel Torcida, dos jogadores e da comissão técnica. O VAR não demorou muito para confirmar o gol corinthiano e o árbitro apitou o final do jogo.
O que seria apenas mais jogo dentro do campeonato serviu para lavar a alma da Fiel no dia do reencontro com Corinthians. Com a vitória, o Timão chegou a 44 pontos na competição e subiu para a sexta colocação no Brasileirão.
Homenagem ao Super Zé
No próximo dia 11 de novembro, às 11h, o Departamento Cultural do Corinthians irá inaugurar, nas alamedas do Parque São Jorge, o busto de bronze do ídolo Zé Maria, considerado o símbolo da raça corinthiana. Homenagem merecida e que já deveria ter sido feita há muito tempo. Mas antes tarde do que nunca.
O ex-lateral direito José Maria Rodrigues Alves marcou época vestindo a camisa do Corinthians. Em 13 anos, realizou 598 jogos pelo Timão. O Super Zé marcou 17 gols e foi campeão paulista nos anos de 1977, 1979, 1982 e 1983. Também foi tricampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1970.
No jogo de despedia, Zé Maria deu uma volta olímpica no Morumbi antes de Dérbi contra o maior rival, o Palmeiras. E foi aplaudido de pé pelas duas torcidas.
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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