Por Roberto Maia
A empresa Sports Value realizou um inédito e amplo estudo sobre a performance dos 30 principais clubes do Brasil. O documento abrange a transformação dos clubes em empresa, atração de investimentos estrangeiros e legislações modernas e em sintonia com o mundo empresarial. O estudo traz números atualizados pelo IPCA até outubro de 2020, que quantificam o real valor de um grande clube de futebol brasileiro. Também mostra quanto um investidor teria que pagar – caso fosse possível – para comprar o Flamengo, o Corinthians e o Palmeiras, por exemplo.
Assim como a Forbes avalia os times das ligas dos Estados Unidos e a KPMG os da Europa, a Sports Value apresenta os valores dos clubes brasileiros. Para tanto, utilizou dados dos balanços publicados, pesquisas e potencial de consumo de cada clube. Foram considerados todos os ativos das instituições, a avaliação das marcas e o potencial de mercado. Também levou em consideração o valor do plantel do time profissional, os investimentos nas categorias de base e as receitas auferidas com a transmissão dos jogos. Baseado nesses parâmetros, os 30 clubes avaliados representam um valor total de R$ 25,1 bilhões.
Nas três primeiras posições entre os clubes mais valiosos do Brasil figuram o Flamengo (R$ 2,9 bi), seguido pelo Corinthians (R$ 2,3 bi) e Palmeiras (R$ 2,2 bi). Na sequência estão o São Paulo, Internacional-RS, Atlético-MG, Athletico-PR, Grêmio, Fluminense, Vasco da Gama, Santos, Cruzeiro, Botafogo, Bahia, Coritiba, Sport, Red Bull Bragantino, Goiás, América-MG, Santa Cruz, Ponte Preta, Náutico, Ceará, Fortaleza, Avaí, Vitória, Guarani, Chapecoense, Figueirense e Atlético-GO.
Entre os três primeiros, Flamengo e Palmeiras mostram crescimento nas receitas nos últimos anos e investimentos no futebol na casa dos R$ 600 milhões anuais. Já o Corinthians está na contramão com queda acentuada nas receitas, custos muito elevados, além de acumular déficits e aumento das dívidas. O futebol do Timão consome R$ 435 milhões por ano.
Merecem destaque os desempenhos do Athletico-PR e do Red Bull Bragantino. O clube paranaense tem atualmente a melhor gestão de ativos entre os clubes brasileiros, além de ter um moderno Centro de Treinamento e arena. Sua dívida está associada somente ao seu estádio. Seus balanços sempre apresentam superávits e para crescer ainda mais precisa de receitas com novos torcedores e na comercialização da sua marca. Já o Red Bull Bragantino é o único clube-empresa entre os times avaliados e vale muito por seu plantel de jogadores. Agora na Série A vai ocupando espaços deixados por clubes tradicionais e mal geridos. Precisa seguir o caminho do RB New York e do RB Leipzig e construir marca, torcida e engajamento. Se tiver sucesso será exemplo para outros clubes.
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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