Por Paulo Panayotis
Santa Marta, Madgalena – Colômbia. De Cartagena das Índias, capital Comobiana, até Santa Marta, uma das mais antigas cidades da América Latina, são cerca de 240 quilômetros de carro. Boa parte viajando com a companhia luxuosa de um mar ora verde, ora azul turquesa: caribe “tchico”! O que mais me intrigou quando planejei a viagem foi um grande istmo que liga a cidade de Barranquila, no trajeto, até Santa Marta. Relembrando as aulas do primário: istmo é uma pequena e estreita faixa de terra cercada por água pelos dois lados! E é linda!
Linda mas com muito trânsito pesado em uma parte do trajeto. Explico: desde seu descobrimento pelos espanhóis em 1525, a cidade de Barranquila sempre abrigou um dos mais importantes portos da América Latina. Por ali era “exportada” toda a “produção” de ouro do continente. Na verdade, os espanhóis, assim como todos os conquistadores fizeram na história humana, tomaram a terra dos índios na “mão grande”. Mas esse é outra história. O porto, ainda hoje, tem um movimento gigantesco e muito transito. A primeira coisa que me espanta vivamente antes mesmo de chegar a Santa Marta, é sua orla repleta de mega-edifícios ultra modernos a beira mar. Estranhei quando reservei um deles e até mesmo duvidei do que vi nas fotos. Verdade verdadeira! Poluição visual? Contra a ecologia? Claro. Mas já é realidade.
Acabo ficando em um prédio de 15 andares, em um apartamento com uma varanda gigante de onde namoro o sol diariamente antes dele se despedir de mais um dia mergulhando no mar do Caribe! Duas piscinas gigantescas, uma delas na cobertura, duas jaccuzzis, churrasqueira, sauna, banho turco, massagem, tudo incluído na diária do condomínio. Como hóspede que loca o apartamento, tenho direito a tudo isso e ainda mais! Tem até carrinho de golfe para levar os hospedes para a praia onde desfruto de um caprichado serviço com direito à barraca, cadeiras, mesas e serviço de bar! O consumo, uma pena, não esta incluído! Nada é perfeito.
Centro Histórico e Quinta de San Pedro Alejandrino
Ruas com casas coloridas, negras coloridíssimas vendendo frutas ( quase bahianas!), arquitetura com forte influencia espanhola mas com toques tropicais, e muita história emoldurada ao som de salsas mais coloridas ainda ( se é que uma música pode ser colorida, essas são!). Grandes praças com arvores centenárias convidam para deslocamentos curtos no inclemente sol do caribe! No final do dia, acabo sentado em um banquinho à beira mar, cercado de milhares de pessoas, observando um sol abóbora gigante mergulhando nas águas mornas da Baía de Santa Marta. Inesquecível. Mas a surpresa mesmo, além do Museo do Óro, rico e completo, é a Quinta de San Pedro Ajejandrino.
Isolado em meio a mais árvores centenárias, foi nesta quinta que o libertador, Simon Bolívar, passou seus últimos dias. Poucos sabem mas ele era venezuelano. Quis o destino que, ao ficar doente, com tuberculose após mais uma guerra contra os conquistadores espanhóis, ele tentasse se curar justamente na Europa. Mas perdeu dois navios que partiam para o velho continente e teve que ficar se cuidando nesta fazenda. Naquela época, em 1830, os navios levavam cerca de três meses para ir para a Espanha. Resultado, não deu tempo de ele pegar outro navio e acabou seus gloriosos dias nesta local privilegiado que hoje abriga o Museu Bolivariano de Arte Contemporânea, além dos seus pertences. A apenas sete km do centro histórico de Santa Marta, a entrada custa cerca de R$ 30,00 e dá acesso a todo o museu, o jardim botânico e às dependências de Bolívar em seus últimos dias.
Quanto às praias não curti muito as do centro. Sempre lotadas e mal cuidadas. Mesmo Rodadero, a mais chique e disputada, me impressionou negativamente. Portanto, em Santa Marta, alugue um belo apartamento de frente para o mar e curta, se for como eu, sossego e cultura com praias mais privativas. Salut muchachos!
Fotos: Paulo Panayotis
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Jornalista Paulo Panayotis é ex-correspondente internacional de TV, mergulhador, escritor e conhece mais de 70 países. www.oquevipelomundo.com.br
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