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Foto do escritorRoberto Maia

Gigante e humilde: A jornada de Cássio no Corinthians

Por Roberto Maia


Em 2011, o goleiro Cássio Ramos chegou ao Corinthians com a responsabilidade de substituir o prata da casa Júlio Cesar. Era um desafio enorme, mas a confiança da comissão técnica do treinador Tite e o apoio da torcida contribuíram muito. E hoje, com mais de uma década vestindo essa camisa gloriosa, o então desconhecido que surgiu no Grêmio e veio do PSV Eindhoven da Holanda se tornou um Gigante – apelido que ganhou no Timão.


No Corinthians desde 2012, Cássio já disputou 712 jogos e é o segundo atleta com mais partidas disputadas na história do clube. (Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians)

Ao longo desses anos, viveu momentos inesquecíveis. Conquistou títulos como o Mundial de Clubes da FIFA, a Libertadores da América, o Campeonato Brasileiro e a Recopa e o Campeonato Paulista. No total foram nove conquistas em 712 jogos vestindo a camisa do Corinthians. Defendeu pênaltis decisivos, fez defesas milagrosas e se tornou um símbolo de raça e determinação para a Fiel.


Mas nem tudo foi perfeito. Nas redes sociais, muitas vezes recebeu críticas pesadas e pedidos pelo seu afastamento. Claro que as cobranças fazem parte da carreira de um atleta de alto nível, mas certamente em alguns momentos a pressão afeta. Afinal, o Cássio é um ser humano.


Após o jogo contra o Argentinos Juniors, pela Copa Sul-Americana, ondo Cássio falhou no gol do time argentino, o Gigante fez um desabafo sincero. Estava frustrado com o resultado e com as críticas que vinha recebendo e disse que toda a culta pelos maus resultados do Timão estava recaindo em suas costas. Afinal ele é o capitão e principal ídolo da final há mais de uma década. Cássio reconheceu o erro e pediu desculpas.


“Sou humano, e como qualquer outro, tenho falhas. Mas a minha paixão pelo Corinthians e a minha vontade de vencer nunca vão diminuir”, disse emocionado.

No jogo seguinte, contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro, provou que a humildade é uma das suas maiores qualidades. O treinador Antonio de Oliveira na tentativa de preservar Cássio decidiu por dar a titularidade ao goleiro reserva Carlos Miguel. Reconhecendo o tamanho do ídolo corinthiano se propôs a dar folga de alguns dias para o capitão do time. Imaginou que a reserva poderia representar um ato de humilhação para Cássio após tantos anos de glória. Mas Cássio não aceitou. Acatou a decisão da comissão técnica de ficou no banco de reservas.


Na Seleção Brasileira o Gigante estreou em 2017, disputou a Copa do Mundo FIFA de 2018 e conquistou a Copa América de 2019. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Durante o jogo gritou muito e apoiou os companheiros dentro de campo. Ao final foi aclamado pelos torcedores que gritaram seu nome na Neo Química Arena.


O Gigante Cássio mostrou que tem um coração humilde e é um verdadeiro líder. Aos 36 anos, e independente do que o futuro reserva, já garantiu seu lugar como um dos maiores ídolos da história do Corinthians e do futebol brasileiro.

Cássio tem contrato com o Corinthians até o final de 2024 e eu entendo que a história do Gigante com o Timão ainda está longe de terminar.





Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros.


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