Hospital São Luiz Itaim realiza primeiro transplante de pulmão de sua história
- Rede D'Or
- 3 de abr.
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Com mais de 80 anos de existência, unidade se consolida como um dos grandes polos de medicina de ultra complexidade da Rede D’Or em São Paulo; paciente veio da Bahia e se recupera bem

O Hospital São Luiz Itaim, na zona sul da capital paulista, realizou o primeiro transplante de pulmão em seus mais de 80 anos de história. O procedimento, de alta complexidade, consolida a unidade da Rede D’Or São Luiz como um dos principais centros de medicina avançada da cidade de São Paulo.
A cirurgia, primeira do tipo realizada em um hospital da Rede D’Or em São Paulo, foi conduzida por uma equipe especializada liderada pelo cirurgião torácico Tiago Machuca, que retornou ao Brasil em 2024 após 14 anos de experiência nos Estados Unidos e Canadá.
O procedimento foi realizado no novo Centro de Cirurgias de Alta Complexidade e Transplantes do Hospital São Luiz Itaim, na zona Sul da capital paulista, reforçando a expertise da unidade em tratamentos de ponta. "A cirurgia foi um sucesso. Sem o transplante, o paciente não teria sobrevivido. Agora, é gratificante acompanhar sua recuperação", afirma Machuca.
O paciente Matheus Vinícius Barreto Correia, advogado baiano de 49 anos, sofria com fibrose pulmonar grave decorrente da Síndrome de Sjögren, doença autoimune, e dependia de oxigênio 24 horas por dia. Em janeiro, sua situação piorou e ele precisou ser internado no São Luiz Itaim para suporte médico avançado e reabilitação hospitatar.
"A situação clínica estava cada vez mais delicada, e ele já não conseguia manter o fluxo de oxigênio necessário sem suporte hospitalar", destaca Silvia Vidal Campos, Coordenadora clínica da equipe de transplante pulmonar do São Luiz Itaim.

A esperança virou realidade no dia 13 de janeiro, quando um doador compatível foi encontrado. Dois dias depois da cirurgia, Matheus já respirava sem oxigênio suplementar. "Foi um renascimento. Agora posso sonhar em acompanhar meu filho crescer", comemora. Pai de um bebê de oito meses, ele celebrou a nova fase cantando. "Fiz um trocadilho com a música 'Voa, voa' e gravei um vídeo cantando 'Noah, Noah', em homenagem ao meu filho. Um familiar na Bahia conseguiu mostrar ao Bel Marques, que me respondeu, foi muito emocionante".
A recuperação pós-cirúrgica foi realizada na nova UTI de Ultra Complexidade do São Luiz Itaim, que conta com suporte cardiopulmonar avançado, incluindo ECMO, e um Centro de Reabilitação para recuperação precoce. Com alta tecnologia e equipe altamente especializada, a unidade garante vigilância contínua e intervenções rápidas, otimizando a recuperação dos pacientes.
Matheus, que teve no mês de março, se recupera bem e seguirá em acompanhamento ambulatorial. “Sou grato ao doador e a todos os profissionais envolvidos no meu transplante. Agora quero retomar minha vida, meu trabalho e aproveitar minha família. Não vejo a hora de fazer um passeio com meu filho”.
O desafio dos transplantes de pulmão no Brasil
O Brasil ainda enfrenta desafios para ampliar a realização desse tipo de procedimento. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, em 2023 foram realizados apenas 103 transplantes de pulmão no país, o equivalente a apenas 0,3% dos 29.261 transplantes de órgãos realizados no mesmo ano. Nos Estados Unidos, para efeito de comparação, são cerca de 2,7 mil transplantes pulmonares anuais.
"Essa diferença não ocorre por falta de pacientes com doenças pulmonares avançadas no Brasil, mas sim por dificuldades no acesso ao tratamento", explica Machuca. Ele destaca que a escassez de órgãos, a complexidade do procedimento e a necessidade de mais centros especializados tornam o transplante pulmonar um desafio no Brasil. "Nosso objetivo é mudar esse cenário, expandindo a capacidade de transplantes na Rede D’Or e formando novas equipes para garantir acesso a mais pacientes", finaliza.
Sobre a Rede D’Or
Maior rede integrada de cuidados em saúde no Brasil, com presença em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Rede D’Or tem foco em atendimento humanizado, qualificação da equipe, adoção de novas tecnologias, sendo referência em gestão hospitalar e na prestação de serviços médicos. Fundada em 1977, no Rio de Janeiro, a Rede D’Or conta com 79 hospitais, 55 clínicas oncológicas, serviços complementares, e investe em inovação e pesquisa clínica, por meio do IDOR – Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
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