Por Paulo Panayotis
Hotel Le Meurice, Paris/França. O nome é uma homenagem a um dos seus ilustres “habitués”, o pintor surrealista espanhol Salvador Dali. “Contam as lendas que Dali dava festas frequentes regadas a ópio e champanhe em sua suíte. E que uma vez ele insistiu tanto que conseguiu levar sua motocicleta preferida para dormir com ele, no quarto”, afirma Cinthia Sunnem, responsável pela comunicação do Hotel. E é justamente dentro deste hotel icônico, um verdadeiro palácio, que funciona o meu restaurante preferido em Paris: o Le Dali!
Esta é a terceira vez que tenho o prazer – e o privilégio – de sentir aromas e sabores que já se tornam familiares para mim. Com teto encomendado à Ara Stark, filha de Philippe Stark, a sensação é que você acabou de entrar em um dos quadros de Salvador Dali. Quase sente-se a presença dele por ali. Apesar da rima pobre, o restaurante é rico: em sabores, história e estética! Sim, Dali era figurinha carimbada neste que é o segundo restaurante do aclamado hotel Le Meurice. Juntamente com outro monstro do mundo das artes, Picasso, Dali deixou uma impressão tão forte e uma história tão conturbadamente genial enquanto morou no hotel, que o nome do restaurante foi quase que consequência.
Em sua versão atual, pós pandemia, o chef mudou, os pratos mudaram mas o encanto, para mim, continuou. Anteriormente com claro destaque para a comida mediterrânea, o cardápio assinado pelo Chef Jocelyn Herland, privilegiava frutos do mar, com o polvo sendo seu carro chefe. Hoje, pós pandemia, o chef mudou e neste recomeço pós pandêmico, o serviço, apesar de muito bom, ainda não se mostra totalmente coordenado, enxuto, brilhante como outrora. Espero, sinceramente, que engrene rapidamente para não deixar que meu restaurante preferido em Paris caia para um honroso, porém, segundo lugar. Para abrir os trabalhos fui de ostras frescas com uma taca de champanhe rosé. Adoro essa combinação. Outra coisa supersimples que adoro e é muito difícil de encontrar no Brasil, são flores de abobrinha fritas e empanadas com algum tipo de molho. Neste caso, foram servidas com aioli, uma espécie de maionese com alho, muito típica na culinária francesa. Deliciosamente crocantes.
De prato principal, um belo filé mignon com batatas assadas. Simples, porém bem executado. Devo dizer que, no entanto, que fiquei com saudades da culinária baseada nos frutos do mar do mediterrâneo. Enfim, fica para a próxima.
Algo que não mudou, no entanto, e continua brilhando a anos luz dos melhores pâtissieres da cidade luz, é o premiado Che Cedric Grolêt, que transforma sobremesas em obras de arte inesquecíveis. Encerrando o celebre jantar, um trio de preciosidades: um pistache, um pêssego e um morango ao estilo “Grolêt”. Tenho que tentar explicar: as frutas não são o que parecem. São desconstruídas e reconstruídas em sua essência. Vamos lá: usando produtos absolutamente naturais e orgânicos, as próprias frutas, ele as transforma em algo que não é líquido, nem sólido, muito pelo contrário! E as reconstrói na forma original da fruta! Ficou difícil de entender? Então, meu amigo, você tem que conhecer o Le Dali. Ah, e se quiser somente experimentar esses doces inspiracionais únicos, nem precisa jantar no Le Dali. Vá direto para a pâtisserie du Meurice para Cédric Grolet e divirta-se! Mas saiba que são doces mágicos, únicos, para adultos e crianças! E valem cada centavo... Ah, se valem! Bom apetit!
Jornalista esteve no Hotel Le Meurice a convite da Dorchester Collection, representada no Brasil pela Sahão Marketing & Consultoria e viajou com seguro viagem Universal Assistance e chip A Casa do Chip.
Fotos: Paulo Panayotis, Adriana Reis e Divulgação.
Paulo Panayotis é jornalista especialista em turismo, mergulhador e fundador do Portal OQVPM - O Que Vi Pelo Mundo. Mora na Europa, tem passaporte carimbado em mais de 50 países e viaja com patrocínio e apoio Avis, Travel Ace e Alitalia.
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