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Foto do escritorRedação JBA

“Macacos” faz últimas sessões dias 30 e 31 de outubro

Monólogo que discute questões raciais, criado e estrelado por Clayton Nascimento, tem últimas apresentações

Imagem: Julieta Bacchin

Depois de se apresentar em diversos festivais e ganhar prêmios, Macacos, da Cia. do Sal, com direção, criação e atuação de Clayton Nascimento, fez sua primeira temporada no formato online e agora faz as duas últimas transmissões nos dias 30 e 31 de outubro de 2021, às 21h, no youtube.com/corporastreado.

O nome do espetáculo faz referência a uma das formas de xingamento mais usada para ofender os negros no mundo todo. O preconceito contra os povos pretos é abordado em cena a partir do relato de um homem-negro que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade.

Macacos se desenrola num fluxo de pensamentos, desabafos e elucidações que surgem em cena, pautados na história do Brasil e situações vividas por grandes artistas negros, de Elza Soares a Machado de Assis, até alcançar relatos e estatísticas de jovens presos e executados pela polícia. Aílton Graça fez a provocação cênica.


O dever do artista

Macacos começou a ser escrita em 2015 e fez sua estreia em 2016. Desde então, a peça já participou de festivais em Fortaleza, Curitiba, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Pernambuco e Amazonas. E acumula mais de uma dezena de premiações, entre eles “Prêmio Especial do Júri por Relevância Temática e Proposição Cênica” do IX Festival Niterói em Cena, do XIV Fesq, do XX Festival de Teatro do Rio de Janeiro e do VIII Festival de Teatro do Amazonas.

Na versão virtual, o monólogo absorve questões atuais e cada vez mais urgentes. O Brasil é o território com maior índice de homicídios causados pela Polícia Militar e Sociedade Civil à comunidade negra e indígena quando comparado a qualquer país do mundo.

“Como disse Nina Simone, o dever do artista é refletir seus tempos”, diz Clayton Nascimento. “Macacos faz um jogo entre arte cênica, as palavras, os fatos e o discurso para debater com o público a violência do racismo que sempre esteve presente na sociedade brasileira. O texto reforça o compromisso de se comunicar com o povo negro, com o nosso olhar”, completa o dramaturgo. Todas os profissionais envolvidos na produção são negros.

O texto da peça traz à luz fatos que não estão escritos nos livros didáticos, fazendo a relação entre números das estatísticas como as coletadas pelo Atlas da Violência do IPEA, e estatísticas coletadas pelo IBGE, e experiências cênicas.


A montagem traz somente Clayton no palco, usando a iluminação, um batom e uma garrafa d’água para falar sobre a urgência da vida negra no Brasil. Para amplificar esse debate, Clayton receberá, ao final de cada apresentação, convidados para desdobrar temas pertinentes aos assuntos, fatos e estatísticas abordados na peça, os convidados/as e datas serão divulgados nas redes sociais da Cia do Sal.


O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), por meio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.


Serviço

Macacos, com Cia do Sal

Online e Gratuito

Dias 30 e 31 de outubro de 2021, sábados e domingos, às 21h, no youtube.com/corporastreado

Para informações do grupo no Instagram: @ciadosal

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