Por Fernando Jorge
Sou um homem de decisões firmes. Afirmo, não sou mole como banana e geleia. Sempre fui firme nas opiniões, mas se alguém me convence que estou errado, logo confesso:
— Sim, errei.
Nunca me vi como um homem perfeito. Perfeito, para mim, só Deus, pois tudo que ele fez é admirável. A inteligência de Deus é infinita.
Eu pensava assim:
— Devo ou não devo escrever o meu livro no qual confessarei que iludi os presidentes Jânio Quadros e João Goulart, o ministro Hermes Lima, o senador Lino de Matos, o embaixador Pio Corrêa, a primeira-dama Maria Thereza Goulart? Estas outras frases da Bíblia me convenceram, de modo firme, a publicá-lo:
“Mais vale um ladrão do que um mentiroso contumaz” (Eclesiástico 20,27).
“Não contradigas de modo algum a verdade” (Eclesiástico 4, 23-26).
“Aquele que pratica verdade, volta-se para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus” (Jo 3,21).
Após a leitura destas frases da Bíblia escrevi o livro Como enganei dois presidentes, um ministro, um senador, um embaixador e uma primeira-dama. Ele está sendo muito lido.
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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