Por Heródoto Barbeiro
O melhor caminho é acabar com todos os partidos no esforço que o recém instaurado ditador faz para concentrar todo o poder em suas mãos. Quem ousa dizer que não há democracia sem partidos livres? Ninguém, nem mesmo a mídia de oposição. Afinal, o Estado Novo está implantado em 1937 à semelhança e imagem dos regimes fascistas de Portugal, Espanha e Itália. Getúlio Vargas assina o decreto-lei que acaba com todos os partidos políticos do Brasil e consolida o seu governo ditatorial. Esse decreto se junta a outros que impõem o fim das liberdades que ainda se respirava no país. A Constituição de 1934, que Vargas tinha jurado respeitar, não existe mais. Já está em elaboração pelos colaboradores do governo uma nova carta constitucional, sem a convocação de uma assembleia constituinte. É apelidada de Polaca, tal a semelhança com a carta da Polônia, também uma ditadura de direita. Há uma acomodação geral dos políticos com o fim dos partidos – a direita, assustada com a narrativa de que os comunistas estão à espreita para impor um regime soviético no Brasil, e a esquerda, entre eles os comunistas acomodados nos porões da ditadura, sem nenhum direito, e alguns submetidos à tortura cruel. O advento da Segunda Guerra Mundial, a aproximação com os Estados Unidos, dão fôlego para o Estado Novo sobreviver até 1945. Vargas cai como chegou ao poder em 1930, por meio de um golpe de estado com a participação dos militares. Os partidos voltam com o retorno da democracia em 1946 e se preparam para redigir uma Constituição democrática.
Heródoto Barbeiro é jornalista do R7, Record News e da Nova Brasil FM. Também é professor, Mestre em História pela USP e advogado pela FMU. Já passou pela TV Cultura, pela CBN e pela Globo. Você pode ver mais em www.herodoto.com.br
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