Por Paulo Panayotis
Arenas Blancas, Punta Cana. O comandante avisa que em dez minutos aterrissaremos no aeroporto Internacional de Punta Cana após um voo direto de sete horas de São Paulo. Além de ser Caribe e não exigir visto, esse foi dos fatores decisivos para ir conhecer a República Dominicana. Tomei a decisão após uma amiga jornalista ter ido duas vezes. Ambas as vezes ela escolheu Punta Cana. Minha dúvida, agora sanada, era se eu deveria viajar para Punta Cana, paraíso dos resorts “all inclusive”( tudo incluído) ou conhecer a capital, a histórica Santo Domingo.
A escolha do destino depende das expectativas da viagem. Para alguns, descansar em uma praia de um azul quase impossível, ter um cassino no próprio hotel e todas as refeições - de alto nível – incluídas, é de fato o paraíso! Para mim, não vejo muita graça em sentar-me, dia após dia, na mesma praia e ter que, obrigatoriamente, tomar café da manhã, almoço e jantar no mesmo hotel. Para mim, repito, não tem lógica pagar para ter tudo incluído e sair para almoçar ou jantar fora pagando! Isso sem falar que, com tudo farto, pago e disponível, voltar com muitos quilos a mais é uma questão obvia. Definitivamente, não é minha praia.
Prós e contras de Punta Cana e Santo DomingoHá voos direto de São Paulo tanto para Punta como Santo. Eu resolvi fazer uma viagem mista: ir para Punta Cana e ficar lá por quatro dias e conhecer Santo Domingo, dormindo lá por dois dias. Detalhe: é necessário alugar um carro para percorrer os cerca de 200 quilômetros que separam as duas cidades mais conhecidas do país. Assim, em Punta Cana aluguei um belíssimo apartamento, com direito a piscina e serviços de praia, como ter um carrinho daqueles de golfe para te levar e trazer diariamente, bar, etc. Não me arrependi porque estava de carro e podia me deslocar para onde quisesse, quando quisesse. Além disso, almoçava onde queria e quando queria. Café da manhã em casa com frutas frescas, dulcíssimas e com baixas calorias.
De noite, descontava saboreando uma bela pizza com muito vinho ou cerveja. Uma coisa mata a outra né? Conheci várias praias e uma vida fora do luxo e do isolamento de um resort. Em compensação, a viagem para Santo Domingo foi excelente e andei por locais onde, mais de quinhentos anos atrás, andaram os primeiros espanhóis que chegaram à América Latina. Sim, Santo Domingo foi a primeira capital a receber Cristovam Colombo e os conquistadores. Tem muita história, muita gastronomia variada e autêntica e muita coisa para fazer, além das deliciosas praias caribenhas.
Foi assim: de manhã praias como Boca Chica, de tarde cultura nos diversos museus e de noite balada! Resolvi me hospedar em um hotel bem perto da parte histórica e colonial de Santo Domingo. Tiro certo! Apenas o café da manhã incluído, pude me aventurar pela culinária real e autêntica da República Dominicana.
Ponto alto: o restaurante mais antigo da América Latina em funcionamento constante desde a chegada dos espanhóis. O Pat’e Palo está em um casarão histórico construído em 1514 e, parte das paredes dele, acreditem, ainda é original! Comida? Excepcional. Atendimento? Impecável. Preços? Não é barato mas vale, e muito, pelo que se paga. Fui de camarões com curry ao coco! Esplendidos. Para mim, dois dias foram pouco na primeira cidade do Novo Mundo sul americano. Teria invertido, caso soubesse: quatro noites em Santo Domingo e duas em Punta Cana. Mas repito: tudo depende da expectativa de viagem e do que se quer fazer: desligar e curtir ou conhecer e curtir.
Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis
Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de TV, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis.
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