Por Fernando Jorge
Eis a pergunta do meu leitor Eduardo Niclos Takla: é verdade que um dos seus livros matou um homem? Sim, é verdade, sou autor de um livro homicida. E devido a tal fato o meu querido amigo Ronaldo Côrtes sempre fazia a mim estas perguntas, em tom de brincadeira:
– Como vai o seu livro assassino? Ele está solto, não foi ainda para a cadeia?
Mas agora informo aos meus leitores – e muitos já sabem – esse meu livro assassino se intitula Vida e obra do plagiário Paulo Francis – O mergulho da ignorância no poço da estupidez, lançado pela Geração Editorial e já na terceira edição. Provo, nessa obra, que o Francis era racista, plagiário, ignorante e autor de dezenas de calunias e notícias falsas.
O jornalista Alberto Dines, numa entrevista concedida ao Correio Popular de Campinas (edição de 5-2-1997), afirmou que juntamente com o processo da Petrobras contra o Francis, o meu livro causou a sua morte. E como isto aconteceu? Paulo Francis estava lendo o meu livro contra ele no banheiro do seu apartamento, lá em Nova York, quando teve o enfarte fulminante.
Após a morte dele fui entrevistado várias vezes e eu sempre declarava:
– Se sou, sem querer, o pai de um livro assassino, gostaria de saber se ele deve ser fuzilado, ou enforcado, ou morrer numa câmara de gás.
Irene Solano Vianna, editora da Folha de S.Paulo, publicou longo artigo, no qual dá apoio ao meu livro assassino. Data da publicação desse artigo: 22 de Março de 1997.
Cheguei, depois desse episódio da minha vida, à seguinte conclusão: a senhora Verdade, às vezes, fica bem perigosa e até pode matar...
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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