Por Roberto Maia
O Corinthians sonhou com Renato Gaúcho, teve um flerte rápido com Diego Aguirre e resolveu assumir um relacionamento sério com Sylvinho. O treinador chega ao Timão para ocupar a vaga do demitido Vagner Mancini e, mais do que isso, para mostrar que está preparado e pode dar conta do recado. Pesa sobre ele a dúvida por ter pouca experiência como treinador, apenas 11 jogos no comando do Lyon, na França, em 2019.
Sylvinho é uma aposta arriscada do presidente Duílio Monteiro Alves. Afinal o Corinthians não está em condições de fazer contratações por conta da dívida próxima de R$ 1 bilhão. E com o elenco atual não vem obtendo bom desempenho em campo desde o ano passado.
A torcida corinthiana também não aceitou muito bem quanto Sylvinho rejeitou uma proposta para ser treinador em 2016, preferindo continuar na Europa. Ele justificou a negativa explicando que estava realizando um curso da UEFA, onde conseguiu a licença PRO, o nível máximo de formação de treinadores no Velho Continente. Também fez os cursos de níveis A e B da CBF.
Na sua preparação para ser treinador, Sylvinho também foi auxiliar técnico de Tite e Mano Menezes no Corinthians (2013 a 2014); auxiliar de Tite na Seleção Brasileira (2016 a 2019); e de Roberto Mancini na Inter de Milão (2016). Também foi auxiliar de Vagner Mancini em passagens pelo Sport e Cruzeiro.
Antes de aceitar a proposta para comandar o Lyon, Sylvinho chegou a ser anunciado como treinador da Seleção Brasileira que se preparava para os Jogos Olímpicos que seriam disputados no Japão em 2020.
Em sua primeira entrevista coletiva como treinador do Corinthians, Sylvinho disse que está ciente das dificuldades financeiras do clube e que isso não será empecilho para o seu trabalho. “Problema financeiro do Corinthians não é uma barreira para mim. Nós somos resultados das nossas decisões. Sempre tomei as minhas com muita calma, pensando muito. Acertei umas e errei outras”, afirmou.
Um diretor do Corinthians me disse que conhece Sylvinho desde os tempos em que defendeu o clube como jogador e garante: “ele é muito inteligente, estudioso, trabalhador e detalhista”.
Por tudo isso, acredito que a aposta do presidente corinthiano possa dar certo. Diferentemente de outros treinadores que passaram pelo clube, Sylvinho tem forte identificação com o Corinthians. Afinal, ele foi formado pelas categorias de base do Timão, foi titular da lateral-esquerda entre 1994 e 1999, conquistou títulos (campeonatos Paulista de 1995, 1997 e 1999; a Copa do Brasil de 1995 e o Brasileirão de 1998) e chegou à Seleção Brasileira, antes de partir para a Europa, onde fez sucesso no Arsenal, Celta de Vigo, Barcelona e Manchester City.
Em sua longa passagem pela Europa, Sylvinho foi campeão da Supercopa da Inglaterra (1999) em sua primeira temporada no Arsenal; e com a camisa do Barcelona conquistou os campeonatos Espanhol (2004–05, 2005–06 e 2008–09), a Supercopa da Espanha (2005 e 2006), a Copa da Catalunha (2004–05 e 2006–07) e a Liga dos Campeões da UEFA (2005–06 e 2008–09).
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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