Por Paulo Panayotis
Syros, ilhas Cíclades, Grécia. Na semana passada viajamos juntos para a mais católica ilha do mar Egeu grego. Você ficou sabendo que, além da forte influência veneziana, Syros foi palco de várias guerras e teve um passado histórico que envolveu Romanos e Otomanos. Basicamente frequentada por gregos durante as férias escolares europeias, hoje vamos passear pelas ruas estreitas e preservadas de Ermoupoli (a capital nova) e Ano Syros (a cidade no alto habitada pelos primeiros “sirianos”).
A Grécia, por conta de seu baixíssimo número de casos e mortes decorrentes de Covid-19 (até escrever esta reportagem havia cerca de quatro mil pessoas infectadas pelo #coronavirus e menos de 200 mortos), abriu suas fronteiras cautelosamente para alguns países da União Europeia e do restante do mundo. Não é o caso do Brasil. Por que será?
Ermoupoli e suas badaladas ruas de mármore
Por ser a capital de todas as ilhas Cíclades, um conjunto de mais de 39 ilhas, das quais 24 quatro são habitadas, Syros é desde sempre uma ilha rica e disputada. Localizada entre a capital, Atenas, e Creta, a maior ilha grega, a história de Ermoupoli, é relativamente recente. Fundada no século XIX, rapidamente cresceu e se desenvolveu ao redor do seu porto, naquela época o maior da Grécia. Construída com um dos mais finos mármores do país e do mundo, suas largas ruas são cosmopolitas e altivas. Andar por elas é passear entre o futuro e o passado. Lojas de grifes estão instaladas em antigos casarões deixados pelos venezianos que dominaram a ilha por vários séculos. Elegantes e modernas, é possível encontrar de tudo nestas butiques de luxo que convivem, lado a lado, com pequenos bares, tavernas e restaurantes. Detalhe: tavernas são versões mais baratas do que restaurantes, que cobram mais caro mas tem serviço melhor. No entanto, ambos servem comida de excelente qualidade e variedade. A escolha, claro, dependerá de seu bolso.
É em Ermoupolis que você encontrará toda a badalação que busca, caso seja este seu objetivo. Há também boates, bares descolados para um drink quase todos ‘a beira mar, ao lado ou próximo ao porto, por onde chegam e saem a todo momento grandes ferries e iates de luxo de todo o mundo. Tem até cinema a céu aberto durante o verão, já que nunca ou quase nunca chove em Syros entre junho e setembro.
Ao contrário de Ano Syros, que é católica, de Ermoupoli - a capital das Cíclades - é ortodoxa do ponto de vista religioso. Ambas, no entanto, são cristãs e, na realidade, ninguém liga muito para isso. Aproveite os fantásticos frutos do mar e churrascarias, a moda grega, chamadas “pistáries’ . Vá de lula frita ou de ‘giros’, o tradicional churrasco grego que, por aqui, é outra coisa… Se gosta de cerveja sugiro a Mithos ou a Kaiser, mais uma vez, nada a ver com a nossa aguada cerveja pilsen. ‘Kalí orexi’! Bom apetite em grego.
Ano Syros, a cidade alta onde a ilha começou!
É delicioso se perder pelas ruelinhas apertadas da cidade alta. Mas atenção. É preciso bom preparo físico pois você estaciona o carro - ou desce do ônibus - e segue a pé por todo o percurso. Detalhe: não há outra alternativa, é um sobe e desce constante. Mas vale muitíssimo a pena, pois é aqui onde você encontrará o mais tradicional, autêntico e típico povoado das Cíclades e com um toque ocidental, já que as igrejinhas são católicas. Siga em frente e perca-se mais de uma vez. Cansou? Sem problemas. Entre e sente em um bar ou restaurante qualquer com vista estonteante da cidade baixa e, claro do mar infinitamente azul.
A Maison du Mezé, tocada por duas francesas que moram na ilha há anos, é uma boa dica para comprar produtos locais tipicamente mediterrâneos com ‘savoir faire’ francês. Mezé, aliás, é algo que você encontrará em praticamente todos os restaurantes e tavernas na Grécia. Trata-se de pratinhos de entrada e ou aperitivo que, em grande quantidade, podem se tornar pratos principais. Peça uma ‘pikilía’, ou seja, um prato com uma variedade de entradinhas e guloseimas gregas. De dar água na boca. Se quiser alternar a cerveja, peça um vinho da casa. Normalmente, são servidos em jarras de 250 ml, 500 ml e um litro. Dica: peça para provar antes, seja o rosé, o branco ou o tinto para evitar surpresas… Mas, na maioria das vezes, o vinho é bom, e acompanha bem os pratos locais. De resto curta esta ilha única com calma e tranquilidade. Especialmente se optar por alugar uma vila no alto de um morro de frente para o azul infinito. Recomendo a praia de Finikas, que quer dizer, Fenícios. Sim, em algum instante eles também passaram por aqui. “Giá sas”! Saudação grega que você ouvira sempre que chegar ou sair de algum lugar!
Paulo Panayotis é jornalista especialista em turismo, mergulhador e fundador do Portal OQVPM - O Que Vi Pelo Mundo. Mora na Europa, tem passaporte carimbado em mais de 50 países e viaja com patrocínio e apoio Avis, Travel Ace e Alitalia.
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