Por Paulo Panayotis
Boa notícia! Israel anuncia flexibilização das restrições de entrada. A partir de 20 de maio de 2022, não será mais necessário fazer teste de #covid19 na chegada ao Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, capital israelense. Fica mantido, por enquanto, o teste antes do embarque. Pode ser um teste de PCR realizado 72 horas antes ou um teste de antígeno profissional 24 horas antes da partida. E para comemorar, nesta semana vamos viajar por terras santas espalhadas pelo mundo.
Desde sempre os primeiros turistas foram os peregrinos religiosos. Uma mola propulsora poderosíssima que incentivou – e incentiva – as andanças humanas pelo planeta. Especialmente pelo chamado “velho mundo”. Os primeiros registros de que se tem notícia nesta modalidade turística foram na Grécia antiga. Cidades como Olímpia (berço das Olimpíadas), Éfeso e até mesmo Delfi (com seu oráculo) são as precursoras. Índia e China já tinham turismo religioso há milênios. Depois veio Jerusalém e Roma para os cristãos, isso, sem falar de Meca para os muçulmanos.
A fé, seja lá em qual Deus for, sempre foi uma razão mais do que forte para atrair turistas vindos de longe. Como consequência, surgiram hospedagens, estradas, tabernas para abrigar e alimentar tanta gente. Vide o caminho de Santiago de Compostela!!! Até hoje movimenta milhares de peregrinos (solitários ou não). Para muitos, o caminho de Santiago, apontado em um dos livros de Calixtino e redigido em 1140, foi o primeiro guia turístico escrito. Agora, um novo “caminho” religioso, muito conhecido pelos europeus, mas pouco frequentado pelos Brasileiros, começa a ganhar destaque. Mais de seis milhões de peregrinos (ou romeiros, como gostam os brasileiros) visitam a cidade francesa de Lourdes anualmente. Por conta disso, com um olho no sagrado e outro no profano, uma delegação francesa da região de Midi-Pyrénées (Pirineus médios franceses) esteve no Brasil promovendo o “novo” destino religioso para fervorosos católicos brasileiros.
O volume de pessoas e dinheiro envolvidos é digno de nota. Para quem não é católico ou nunca ouviu falar de Lourdes. Explico: segundo consta, em 1858, uma menina de apenas 14 anos afirmou que viu a Virgem Maria em uma gruta da região. As visões, segundo ela, continuaram até 1862. Rapidamente espalhou-se que, quem tomava água das fontes desta gruta se curava com a água milagrosa. A partir de então a cidade de Lourdes se tornou centro de uma das maiores peregrinações do mundo ocidental. Tanto é que, proporcionalmente, a cidade é a que tem mais hotéis em toda a França.
Mas mesmo para quem não tem na fé seu principal motivo de viajar, Lourdes, apesar do caráter comercial, tem o que oferecer. Até porque há muitas outras belezas naturais para se ver nesta região dos Pirineus médios. É um dos poucos locais na França onde ainda não estive. Pretendo visitar em breve. Vou porque, além de cristão, sou um viajante inveterado. Minha religião é a estrada. Minha bíblia, os novos destinos. Minha fé, a paixão de viajar. Nunca pensei nesta região da França, embora já tenha estada pelo País muitas vezes. Além de Lourdes, Toulouse com seus restaurantes estrelados, Cahors, com sua beleza selvagem e agreste, Figeac com seus pequenos e encantadores vilarejos medievais e tantas outras cidades, são algumas das dezenas de opções desta região muito pouco explorada pelos turistas brasileiros. Então católico, protestante, muçulmano ou indu, não se importe apenas em ir para conhecer a gruta dos milagres... Até porque, juram, há muito mais a fazer por lá... Vou comprovar e já já conto prá vocês. Amén!
Fotos: Paulo Panayotis, Adriana Reis & Divulgação.
Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de TV, escritor, mora pelo mundo e especialista em curadoria para a Grécia e a França.
Comments